Foi um dia histórico. Mais de 30 mil trabalhadores e trabalhadoras de todo o Brasil se reuniram no dia 1º de junho no Estádio Pacaembu, em São Paulo, para a segunda Conferência da Classe Trabalhadora (Conclat). A iniciativa proposta pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), em seu congresso de fundação em dezembro de 2007, foi encampada por outras quatro centrais (Força Sindical, Nova Central, CGTB e CUT).
As centrais demonstraram para a sociedade brasileira a capacidade de articulação e unificação do movimento sindical aprovando uma Agenda da Classe Trabalhadora, com o objetivo de construir um projeto nacional de desenvolvimento com soberania e valorização do trabalho. Essa foi traduzida em um documento que será entregue a todos os candidatos e candidatas à Presidência da República e servirá como base para as próximas campanhas de luta da classe trabalhadora no país.
Na avaliação do presidente da CTB no Maranhão, Júlio Guterres, foi um passo adiante na luta dos trabalhadores a realização da segunda edição da Conclat quase 30 anos após a primeira. “A unidade dos trabalhadores e trabalhadoras é fundamental diante da necessidade de estabelecermos a continuidade, em grau mais avançado, do governo Lula. Por isso, não temos dúvidas do apoio à candidatura de Dilma, quebrando-se mais um segundo preconceito, que será a eleição da primeira presidente mulher do país”.
Júlio Guterres esteve à frente de uma delegação da CTB maranhense que levou 30 representantes de vários sindicatos da capital. Seções locais de outras centrais também tiveram participação expressiva.
Como preparativo à Conclat, foi realizado na Assembleia Legislativa do Maranhão no dia 21 de maio, o Enclat (Encontro da Classe Trabalhadora). CTB, Força Sindical e Nova Central reuniram cerca de 300 trabalhadores, que discutiram e aprovaram por unanimidade o documento-base que foi debatido na Conclat. Apenas emendas superficiais foram apresentadas.
O Enclat-MA aprovou a elaboração de um documento das centrais com as reivindicações específicas dos trabalhadores maranhenses a ser apresentado aos candidatos e candidatas ao governo do Estado. Foi discutida a necessidade de o movimento sindical apresentar uma candidatura a deputado estadual. Os representantes das três centrais presentes (CTB, Força Sindical e NCST) aprovaram o apoio a Júlio Guterres, pré-candidato do PCdoB a uma vaga na Assembleia Legislativa.
Nova situação
Desde a sua fundação, a CTB apostou na proposta de levar às outras centrais esse projeto, que só pôde se tornar realidade graças a um longo processo de unidade, que traduziu o novo momento vivido pelo sindicalismo no Brasil. A Declaração Política do 2º Congresso da CTB, realizado em setembro de 2009, já adiantava como deveria ser o processo de constituição do evento realizado neste 1º de junho.
Segundo o presidente da CTB, Wagner Gomes, depois da segunda edição da Conclat, o Brasil verá surgir um novo movimento sindical. “É uma vitória da unidade, independentemente de quem teve a iniciativa desta Conferência. Daqui para frente, a classe trabalhadora terá um papel mais elevado, e certamente influirá cada vez nas decisões políticas do país”, afirmou.
O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Alberto Broch, também destacou a unidade das centrais. “No Congresso da CTB eu já dizia que essa seria uma das melhores propostas surgidas no seio sindical ao longo dos últimos anos. É claro que seria necessário um amadurecimento de todas as centrais — e isso felizmente ocorreu”, comentou.
Seis eixos
A Agenda da Classe Trabalhadora, documento aprovado por unanimidade pelos cerca de 30 mil participantes da Conclat, contemplou seis eixos considerados estratégicos pelas cinco centrais e traduziu sua unidade de luta:
1. Crescimento com Distribuição de Renda e Fortalecimento do Mercado Interno;
2. Valorização do Trabalho Decente com Igualdade e Inclusão Social;
3. Estado como Promotor do Desenvolvimento Socioeconômico e Ambiental;
4. Democracia com Efetiva Participação Popular;
5. Soberania e Integração Internacional;
6. Direitos Sindicais e Negociação Coletiva.
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